Quão triste é esse tempo de silêncio.
Quê mesmo se passa?
Essa espera segredosa e fria como o inverno que se estende no mês de agosto
E tão quente como o vulcão que em mim está a explodir,
Agonia.
Eu, timidamente abafava
E diluía
Por vergonha, talvez
Ou mesmo medo
o que nem mesmo entendia ser.
Nenhuma palavra esquecida
E, em mim, sempre a tona.
Que fazer se não deixar correr o tempo e a sorte.
Porque todo sentimento me vem tão viscerais
E vão carcomendo-me como um câncer a alastrar-se sem cura?
Eu não minto e vivo em guerra
Presa a minha carapaça
Ou no meu casulo de sonhos e pensamentos vis.
Um coração feito errado.
Preciso de um barco com dois remos
E perder o medo da água
Pra poder navegar em mar aberto.
Preciso de uma palavra dita sincera.
Preciso construir uma escadaria para o paraíso
Mas as pesadas pedras rasgam lágrimas e suor
e as pedras escorregam de minhas mãos
Ou volta e meia estou tropeçando nas minhas tentativas de fuga.
Sim, Continuarei os passos estacionados na estrada
Carregarei as pedras e me lançarei ao mar
Ao meu modo, do jeito que sou, do jeito que sei.
Imagem: Google