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Desesperation - Josh Sommers |
A vida testa todos os dias
todo sopro de vida e correr do sangue anêmico
- desde a cópula, concepção,
do ventre, do ato de luz-
Que haja luz - já diziam
E se é luz não há guia
há de se virar à própria sorte
à própria força.
E o tempo que corre e a vida que segue
te oxida
A blindagem construída e moldada
a carapaça, o próprio casulo
enferruja-se
está o pó ao pé
mas é tão cedo ainda.
O corpo é jovem
o coração velho
Movido as inconstâncias
da lua, das estações
Seus movimentos não te direcionam a parte alguma
Não se sente
Não se apoia
O pessimismo doado
como o próprio corpo em abandono
como alguém sem sombra
e sem cor te guia no escuro cegamente
Da ausência e solidão
aprendeu a importar-e e
a nutrir um amor vazio
de um coração vazio
Como toda o é.
Mas não se entende e não há razão para o ser
Seja forte diz-se por aí
no tempo passado
no tempo presente
amanhã.
É o que resta.